Eu vivo estudando, pesquisando novas práticas, debatendo com colegas da área e sempre chegamos a uma mesma conclusão: é muito complicado. Sempre me pergunto: imagina para pessoas da área de exatas? Meu namorado, por exemplo, engenheiro e virginiano.
Semana passada adotamos um cachorro, o Bruce. Assim como diz seu ascendente, Humberto (meu namorado) capricorniano racional, é vidrado em técnicas de adestramento e educação mais rígidas possíveis. Mas com o pequeno filhote? Fiquei nervosa de cara, já comecei a gralhar sobre os traumas que aquele pequeno cérebro carregaria por toda a sua vida, entrando nas entranhas do desenvolvimento saudável e as relações familiares…
Perdi, claro. Não fiz faculdade de veterinária, ele dizia.
Deixei. Me convenci que não queríamos um cachorro que mandasse na casa, dormisse na cama e subisse no sofá. Assumi a responsabilidade em ser cúmplice de uma educação restritiva, opressora e sem regalias.
Primeiro dia: fomos ao veterinário. O Doutor avaliou nosso filhote e na hora de dar tchau, nos deu um papel com 6 páginas: “Manual do filhote”. Humberto vibrava de emoção, já deu um manual nas mãos de um virginiano?
Chegamos em casa, Humberto já tinha lido o manual 500 vezes, repetindo mentalmente: consistência, firmeza, repetição, consistência, firmeza, repetição…
No quarto dia ele me chamou: precisamos conversar. Vamos mudar a estratégia (de novo) Qual a sua ideia? Eu dei risada – estou rindo até agora – Realmente, esse negócio de Educação é muito complicado.
Quem dera viesse assim, com manual.